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22 de set. de 20192 min de leitura
DOS VALES AO MAR!
Proposta para a Carta Politica do 36° Festivale Proposta para a Carta Politica do 36° Festivale – DOS VALES AO MAR! Belmonte, 27/07/2019...
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O Centro de Referência e Memória dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, criado a partir deste acervo e das atividades que aqui se articulam, torna-se referência indispensável para todos os interessados na temática indígena regional, sendo o único espaço na região com este caráter. Mais de 50 estudantes de pós-graduação de diversas regiões do país e do mundo já acessaram e utilizaram o acervo para pesquisas que se desdobraram em diversas publicações e projetos de inclusão e intercâmbio com povos indígenas.
Além dos pesquisadores e estudantes, e, ainda pouco, da população local, os maiores frequentadores do espaço são os próprios povos indígenas, que aqui encontram referências preciosas, e um espaço de acolhimento, informação, articulação e fortalecimento. Cuidar de um acervo inestimável como este é cuidar também de todas as pessoas cujas histórias e memórias se constroem a partir deste patrimônio.
Sua missão principal:
Proteger e permitir o acesso amplo ao enorme acervo constituído ao longo de mais de 40 anos, composto por milhares de fotografias, centenas de depoimentos e eventos registrados em áudio e vídeo, objetos, documentos e registros etnográficos inestimáveis, além de uma biblioteca especializada, instituindo um espaço de pesquisa e estudo, qualificando o atendimento a pesquisadores, professores e estudantes, à população local e regional, incluindo indígenas que constantemente vem em busca de registros, referências, narrativas, apoio;
Através de ações culturais locais e da catalogação e digitalização do acervo, valorizar e dar visibilidade à história indígena e regional a partir das vozes, olhares e saberes dos próprios povos, encorajando a elaboração de material didático para professores e escolas indígenas e não indígenas e universidades;
Possibilitar um espaço de acolhimento, articulação e acesso à informação para projetos, troca de experiências e pesquisas, apoiando lutas em curso.
Geralda Chaves Soares, indigenista, historiadora popular e pedagoga formada pela PUC-MG, atuou como Vice-diretora e Diretora Interina do Campus Avançado do Vale do Jequitinhonha do Ministério Do Interior - Fundação Projeto Rondon, de 1973 a 1976, e atuou junto acomunidades rurais e nas aldeias Maxakali, pelo “Conselho Indigenista Missionário” (CIMI) por mais de uma década, quando produziu uma parte robusta de seu acervo etnográfico. Auxiliar de pesquisa do “Centro De Documentação Eloy Ferreira Da Silva” (CEDEFES).
Publicou dois livros importantes a partir de seu trabalho de pesquisa independente: “Os Borun Do Watu - Os Índios Do Rio Doce”, e 1992, e “Na Trilha Guerreira Dos Borun”, em 2010; e participou de dezenas de projetos e eventos voltados à educação e à divulgação de sua pesquisa. Acompanha a socialização de comunidades indígenas pelo direito a território e ao Bem Viver, presta assessoria a projetos na construção das aldeias Pataxó e Pankararu no município de Araçuaí-MG. Sua pesquisa e suas narrativas desvendam aspectos silenciados pela história oficial, e seu cuidadoso acervo, de um valor inestimável, já foi utilizado por dezenas de pesquisadores no Brasil e no mundo, rendendo grandes resultados, além de acolher e fornecer material aos próprios indígenas que constantemente a procuram.
Seu trabalho é praticamente todo realizado de forma voluntária, alimentado por sua grande paixão pela história e pela diversidade cultural, seu enorme desejo de partilha, fortalecimento, e sua fá no poder da valorização do conhecimento e do Bem Viver.